21/02/2016

Prevendo uma realidade que não existe... Até você cair que nem patinho.




Prezados leitores, o texto abaixo, -autoria de um amigo do Face: Rodrigo Miceli-, trata de algo bem óbvio, apesar de não o parecer para muitas pessoas. É sobre "Passes de Mágica", acompanhem:






"Alguns textos atrás, citei ainda que muito de passagem - e de forma até irônica - a questão das "profecias auto-realizáveis". Abordei o tema em tom de troça, mas para minha surpresa ele suscitou uma enxurrada de perguntas e curiosidade. Estava eu discorrendo sobre a atual Geração Juvenil Z (capa da Revista Veja, há algum tempo), e entre mil e uma anedotas e considerações, lembrei a cena do Oráculo, da quebra do vaso, no filme Matrix (1999):


- Não se preocupe com o vaso.
- Que vaso? (vira-se para procurar o vaso e quebra-o no ato.)
- Este vaso.
- ...
- A questão é: - Você não teria quebrado se eu não tivesse dito nada.
- !!!


No contexto, evoquei a cena como ilustração da consideração: - "Sugestão e premonição caminham juntas". Como a finalidade do escrito referido era outra, parei por aí. Mas agora falerei um pouco mais a esse respeito, especialmente porque me fizeram perguntas vagamente relacionadas do tipo:


"Você acha que filmes violentos causam violência, novelas repletas de adultérios estimulam a infidelidade, e jogos violentos tornam crianças violentas?"


Esta é uma polêmica "barata", mas tentarei mostrar que ela tem sim algum valor, quando enxergada sob uma ótica menos superficial. Como sempre faço, usarei também dos ensinamentos do glorioso Nazareno, como auxilio e manutenção das tradições. Alias, aqui abro parentese: - Muitas vezes, ouço com divertido horror o seguinte:


"Miceli, os seus textos são sensacionais. Muito lúcidos, perspicazes e agudos... Uma raridade! Mas olha só: - Eu não entendo uma coisa. Porque você, sendo uma pessoa tão esclarecida e aparentemente culta, cita tanto Jesus Cristo? Ele tem frases interessantes, eu admito. Mas eu não sou Religioso e isto fica muito chato!"


Primeiramente eu devo dizer que também não sou Religioso. Segundo: De fato li e leio muitos autores, e não tenho dificuldade de cita-los quando uso de seus conceitos. A questão é que logo cedo percebi que Jesus não trata de assuntos especificos; ele não pretende te dar a leitura pronta, descritiva de todos os fatos. Ele ensina principios; chaves com as quais você pode desvendar - senão todos - muitos dos fatos que se manifestam. Resolvi então me tornar familarizado com os ensinamentos e me é natural que, diante de alguma questão, surja já na minha cabeça um dito correspondente ao assunto. Os demais autores eu acabo utilizando apenas como notas de rodapé.


Retomando então o assunto inicial, o Nazareno nos ajudará na presente questão com o seguinte: - A exposição feita na "Parábola do Semeador". Nela Jesus compara a Palavra (seus ensinamentos) a uma semente, e o ouvinte a um campo. Ele classifica o ouvinte de forma quadripartite:


I - Aquele que mal tem interesse, mal ouve, mal compreende, e não pratica. (A semente cai à beira do caminho)
II - Aquele que tem interesse, mal ouve, portanto mal compreende, e mal pratica. (A semente cai à superficie, sem criar raiz)
II - Aquele que tem interesse, bem ouve, bem compreende, mas que acaba por falhar em praticar. (A semente cria alguma raiz e cresce, mas com o tempo perece pelas intempéries)
IV - Aquele que tem interesse, bem ouve, bem compreende, e consegue a correção do praticar pela perseverança. (A semente cai na chamada "Boa Terra"; A Terra que é devidamente Cultivada."


Não vou desenvolver maiores explicações pois para nós basta entender a relação que Jesus faz entre o que é semeado e a Terra na qual se semeia. Se ela for uma Terra propícia, e for cultivada, ela dará frutos. O Semeador semeia a mesma semente para todos os terrenos, mas somente a Terra propícia dará seus frutos. Isto serve tanto para boa semeadura quanto para má semeadura.


"Ok Miceli, e o que isso tem a ver com profecias auto-realizáveis ou com novelas disseminando adultério entre familias?"


É muito simples. Evidentemente o simples fato de algo ser apresentado não faz com que ele seja imitado, necessariamente. Trazendo para analogia usada por Jesus, não é somente porque a semente é semeada que ela dará os seus frutos. Uma pessoa devidamente equilibrada, tanto interiormente quanto tendo sua vida em ordem, não se deixará levar, - não se deixará influenciar por filmes, seriados, novelas ou o que quer que seja. Em outras palavras: A má semente não dará frutos nesta boa Terra. Será deixada "à beira do caminho".


No entanto, muitas vezes esta "má semente" encontra sim, uma Terra propricia. Uma pessoa insatisfeita em seu casamento pode estar experimentando esta sensação sem necessariamente ter em mente a ideia da traição. Tendo então o seu imaginário ampliado e preenchido pela ideia do adulterio repetinamente exposta aos seus olhos, ele passa a conceber aquilo como possível e até mesmo como desejável; necessário à sua condição. O mesmo ocorre no que diz respeito a violência, quando incucada em personalidades naturalmente agressivas. Assim é em tudo o mais.


Portanto, quem dissemina tais ou quais valores, bem sabe que não agirá sobre todos, e nem pretende agir sobre todos, pois uma semente nasce apenas em Terra propricia, assim como um discurso tem efeito apenas sobre ouvinte propício. Assim a Engenharia Social trabalha em duas camadas: - Primeiro "cultiva" a Terra. - Trata de destruir valores tradicionais, herança de séculos de senso comum e apreensão da realidade comum a todos, para depois "Semear" seus novos valores em Solo propicio.


"E quanto a profecia auto-realizavel? Esta é a parte mais interessante e você está aí falando de filmes, novelas, musicas e engenharia social!"


Ora, todo este establishment (detentor de todos estes meios citados acima) trabalha com profecias Auto-realizaveis. Eles incucam em você uma Realidade que ainda não existe, mas que de algum modo é iminente, - está por vir. Ele cria esta possibilidade no imaginário coletivo, cria os simbolos e até mesmo o vocabulário correspondente, e logo estão todos vivendo dentro daquela Realidade.


Por exemplo: - O Aquecimento Global. De nenhuma forma é consenso cientifico. Há indicios de que esteja ocorrendo e indicios de que não esteja ocorrendo. (Mais indicios para não do que indicios para sim, diga-se de passagem) A comunidade cientifica está dividida. No entanto, eles lançam todo um vocabulário proprio ("sustentabilidade", "emissão de CO2", "Recursos Renováveis", etc., etc) distribuído de forma homogenea por cartilhas da ONU a todos os Ministerios educacionais, de todos os Paises. Criam simbolos, imagens através de filmes (De Catastrofes naturais, o diabo) tudo isto de forma simultanea e massante, e logo todos estão conversando nestes termos, usando de vocabulario comum e imaginario comum, já acreditando viver piamente num mundo que está em via da aniquilação. Vale lembrar que a verdadeira utilidade do Aquecimento Global é politica, pois para que os paises obedeçam as determinações da ONU (Organização das Nações Unidas) será necessário que esta tenha poder de sansão sobre eles. Ou seja; - um orgão superior em Instância aos Estados Nacionais. Em outras palavras: - Uma Entidade Mundial acima da soberania das Nações.


Voltando à cena inicial do filme citado, o "Oráculo" sugeriu a quebra do vaso, provocando a ação que levou a quebra do vaso. De igual modo, o Establishment sugere a falência da Terra, provocando a ação que levará a Falência da Terra."






Dica da madrugada: O Lenho Verde






Até breve!

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