22/09/2011

Cristianismo e Política? #LeveIntrodução



[ Breve sinopse: Um diabo; Fitafuso ensina seu sobrinho; Vermebile, aprendiz de tentador, a “cuidar” de seu paciente; um humano -recém convertido-] Obs: quando Fitafuso cita em suas cartas; “Inimigo”, ele se refere ao Todo Poderoso Deus.


Cartas de um diabo a seu aprendiz (C.S. Lewis)

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“Querido Vermebile,

  Espanta-me que você ainda me pergunte se é mesmo essencial manter o paciente na ignorância quanto à nossa existência. Essa sua pergunta, pelo menos no pé em que nos encontramos, já foi respondida pelo Alto Comando. Nossa política, no momento atual, é de nos mantermos ocultos. Claro que nem sempre foi assim. No momento, enfrentamos um cruel dilema. Quando os humanos não acreditam na existência dos demônios, não temos mais os agradáveis resultados do terrorismo direto e não podemos “produzir” nenhum mago. Por outro lado, quando acreditam em nós, não podemos transformá-los em materialistas e céticos. Pelo menos por enquanto. Tenho grande esperança de que, no devido tempo, aprenderemos como tornar a ciência dos homens emocional e mítica a ponto de passarem a desconfiar daquilo que na verdade é a crença na nossa existência (embora não sob esse nome) ao mesmo tempo que suas mentes se mantêm fechadas para o Inimigo. A “Força da Vida”, a veneração do sexo e outros aspectos da Psicanálise podem ser bastante úteis nesse sentido. Se pudermos produzir nossa obra perfeita – o Mago Materialista, o homem que não apenas utiliza mas que na verdade venera aquilo a que dá o nome vago de “Forças”, ao mesmo tempo que nega a existência de “espíritos” -, então saberemos que a batalha chegará ao fim. Enquanto isso, devemos obedecer sempre às ordens que nos são dadas. Não acho que você terá muita dificuldade para deixar o seu paciente na mais perfeita ignorância. O fato de “demônios” serem predominantemente figuras ‘cômicas’ na imaginação dos homens modernos será de grande ajuda. Se a menor suspeita da sua existência começar a surgir na mente dele, evoque a imagem de um ser trajando roupa colante vermelha, e convença-o de que, já que Ele não pode mesmo acreditar numa coisa dessas, ele não pode, portando, acreditar na ‘sua’ existência. Este é um método antigo para confundi-los, tirado de um velho manual.  (...)”

Págs: 31 e 32




Pessoal, essa é uma breve introdução da analogia que pretendo fazer entre esses assuntos: "Cristianismo e Política" -como o prometido-; onde estarei citando e consequentemente utilizando como base os livros dos autores C.S. Lewis e George Orwell.
Bem, é isso. ...e é mais um post gradativo.  -quase sempre faço isso né? rss-