Vacina Fictícia

...começaria falando da inveja, mas seria impossível, pois ela resumiria absolutamente tudo. Então começo pelo egoísmo mesmo - se bem que um puxa o outro -:

   Quão deprimente é lembrar que o mundo se compõe mais desse sentimento do que de qualquer outro. Se assim não fosse não estaríamos onde estamos - vide o mundo à volta -.

   O que?

   Ah, sim! Somos falhos?!

   Erramos quase sempre, mas nossa! É difícil mesmo ser verdadeiro um com o outro não é?

   Seriamos mesmo da mesma raça? A humana? - Creio que não é somente a autora do que vos escreve que se faz tal indagação -

   Caros humanos; (sinto-me uma E.T. falando da gente na terceira pessoa) não, não é errado querer sentir-se bem, querer o melhor pra si, desde que esse ‘querer’ não faça mal àqueles que dizemos serem nossos irmãos.

   Com o egoísmo pensamos somente em nós mesmos, esquecemos do próximo e tudo passa continuamente a girar em torno de nossos lindos umbigos. (novidade nenhuma). Onde entra a inveja nisso tudo? “_Ah! Porque que ela (e) pode e eu não? Nossa! Ela (e)? Justo ELA (E) conseguiu isso? Puxa!”

Sentimento fraco não acha?

Não, ele não é fraco, pelo contrário; é tiro e queda - pelo menos para a vítima direta -. O pior é quando não sabemos distinguir o hospedeiro. Sim, sim, todos fomos, somos e seremos vítimas desse sentimento tão ínfimo e mesquinho.

    A questão em tudo isso seria o combate, a defesa.

    Não seria canalizada na arrogância a nossa vacina contra esse vírus do egoísmo-inveja?

    Não humanos, a arma antiviral não seria essa e sim a famosa fraternidade diluída na sinceridade. Pena que muitos se bloqueiam contra a própria vacina; são os organismos sucumbidos à ignorância.

                                          Ana S. B. Ribeiro